23 de setembro - Decolonial: ser, estar ou fazer?
Lynn Mario T. M de Souza
O conceito de ‘decolonial’ tem origem em contextos nas quais é colocada em dúvida a humanidade e a subjetividade de grande parte de uma população, por estruturas colonizantes. Seguindo Fanon (1952), que postulou que o colonizado era relegado pelo colonizador a uma “zona de não ser”, Grosfoguel (2007) discute a retratação do colonizado em momentos históricos diferentes como “gente sem escrita”, “gente sem história”, “gente sem desenvolvimento” e mais recentemente, “gente sem democracia”. Para Ndlovu-Gatsheni (2013), o pensamento decolonial surge contra essa percepção hegemônica colonial que caracteriza as subjetividades e os saberes de alguns em termos de faltas e deficiências. Para o brasileiro Antonio Bispo (2015), “Contra-colonizar é contrariar e não sentir a dor que esperam que sinta”; para Cusicanqui (2010) é a transformação da linguagem e da comunicação. Para Ngugi (1986), é a mente que precisa ser decolonizada; para Mignolo (2007), o decolonial implica em se desconectar de onto-epistemologias colonizantes. Diante desse universo complexo, esta apresentação buscará discutir possíveis caminhos.